Pular para o conteúdo principal

Postagens

Fogos, vaga-lumes e borboletas

Mil quatrocentos e sessenta Sóis distantes e desejosos, Nem mesmo as tantas Luas diminuíram as chamas Que se dispunham a perseguir as receosas borboletas. Planos... É a vida que se encarrega por defini-los, Seguras as borboletas sobrevoam sempre a mesma área, Mas vindo o fogo elas se embrenham por outros vales. O dia torna a maioria das coisas nítidas, Mas é na escuridão que vemos a dimensão do fogo, É na escuridão que o fogo vai mas longe, É na escuridão que as borboletas se aquietam, É na escuridão que os medos afloram e a alma apavora, Porém, é apenas na escuridão que notamos a beleza dos vaga-lumes cujas danças luminosas não alegrariam nossos corações,  se o sol não desse lugar à lua.

Devaneios...

Cativeiro de vidro Quem passa ao longe não vê, Tampouco quem bem perto está. Por não levantarem as mãos e Por não tocarem não sentem; Mas as paredes continuam ali, Delimitando mundos próximos. Recinto hermético... gritos abafados... Apenas reflete a luz do sol ou do luar; Estrelas valsam na superfície vítrea. O brilho aquiesce os corações dos passantes Que sonham com as mãos crispadas do cativo.

Mágoa

Fera vociferando Ferida latejante Fé titubeante Dor lancinante Fé Fera Ferida Falácias Frieza Falta Falta... Falta... Falta... Fere Fera sem Fé Ferida Fétida...
Creare Aproveita-se o tempo quem pensa O pensamento inunda a alma e move a vida Se não há nada pronto, a gente inventa E a vida surge, gira, prossegue na humana lida.

Introspecção I

O LABIRINTO DO EREMITA    Vestido de ilusão, calçando estupidez,    Ele parte, incansavelmente, todos os dias,    E prossegue sua infindável luta    Contra reminiscências espectrais.    Nas mãos, resíduos de apegos vis;    Os ombros, dilacerados, sangram     E ainda tentam suportar sua coleção de eus!      O caminho é íngreme e escorregadio,    Lajeado hibridamente por angústias e frustrações;    Coadunam-se desespero e equívocos,    Materializando as muralhas que o cercam.    Seus poros expelem algo espesso e ácido    Que agressivamente corroem sua pele,    Arrancando-lhe grunhidos ásperos!

Mais divagações...

    Saudade...   É um estar presente quem já se foi;   É molhar o rosto e enxugar as lágrimas no lençol;   É pensar na ausência e sorrir na fila do banco;   É esperar pela sexta-feira com um nó na garganta;   É almejar a segunda para não ter tempo de pensar;   É perder o sono por medo de insônia;   É se exaurir para dormir logo;   É querer que esteja presente   aquele que outrora desejou se ausentar...

Divagações... "À beira da estrada"

                                 Sonhos perdidos, jogados ao vento;   Momentos desperdiçados, palavras engolidas.   Dias, dias... Tempo, tempo...   Escolhas, impulsos, frustrações.   Esperança... Não basta esperar!   Viver é pensar, agir, agir, pensar, perceber, aproveitar!   É preciso tomar o caminho,   Traçar o percurso, projetar chegadas   E continuar; ser parte do trânsito   E não contar com caronas à beira da estrada!